ASTROLOGIA
A Astrologia tem sido, desde sempre, alvo das mais
estremadas reacções: alguns condenam-na totalmente, enquanto
outros a aceitam sem questionar; poucos são os que lhe ficam indiferentes.
Contudo, qualquer destes extremos - tanto a recusa como a aceitação
total - são fruto do mesmo desconhecimento. No meio termo fica
quem sabe que, antes de acreditar ou condenar, importa compreender.
É este conhecimento que nos propomos descobrir nesta série
de artigos dedicados à Astrologia.
Assim como é no Céu, é na Terra...
A Astrologia é o estudo da relação
entre o Homem e o Universo, através da simbologia dos corpos celestes.
Esta linguagem simbólica baseia-se no princípio da sincronia
entre o Universo e o ser humano. Ou seja: "O que está em cima
é como o que está em baixo..."
Os Astrólogos partem, portanto, do princípio
que os acontecimentos da Terra (quer à escala individual, quer
colectiva) reflectem a dinâmica representada nos céus. É
a partir desta base que se desenvolve o conhecimento astrológico.
Importa acrescentar que a Astrologia é uma das mais antigas formas
de Conhecimento. Tem atravessado séculos, civilizações
e Eras.
Esta longa viagem tem deixado as suas marcas. Em determinadas fases da
História da Humanidade, a Astrologia tem sido dignificada como
linguagem reveladora da Alma Humana e do seu papel na Ordem Universal.
Noutras fases, tem sido deturpada, espoliada do seu carácter "sagrado"
e reduzida a simples "arte divinatória".
Em todas as épocas, contudo, a Astrologia conseguiu manter a capacidade
de interpretar as necessidades e a dinâmica humanas.
Acreditar ou compreender?
Quando conhecemos a essência da Astrologia, compreendemos
que não vale a pena condená-la, alegando uma suposta "invalidade
científica".
Também não vale a pena aceitar totalmente a ideia de supostas
"influências" celestes, como se de um dogma religioso
se tratasse, e através deste dogma procurar explicar todos os acontecimentos
da vida. Aliás, os "crentes" mal-informados acabam por
ser ainda mais prejuciciais para a Astrologia do que os chamados "cépticos".
Vale a pena, isso sim, procurar entender as bases e ter pelo menos uma
noção geral sobre o "funcionamento" da Astrologia.
Só assim estarão reunidas as condições para,
com pleno conhecimento de causa, formarmos uma opinião consistente
sobre o assunto.
Como "funciona"?
Quando um astrólogo intepreta uma carta natal, "lê"
um conjunto de símbolos. Este representam, entre outras coisas,
a posição relativa dos planetas e signos. A partir da interpretação
destes símbolos, vai compreendendo, a níveis cada vez mais
profundos, a dinâmica interna do indivíduo ou acontecimento
ali representado.. Por outras palavras: o astrólogo "lê"
nos céus o que se passa na Terra.
Por que na interpretação astrológica,
a posição dos astros nos céus representa a dinâmica
interna de um ser humano ou de um acontecimento?
Porque é que as estrelas e os planetas, nos "falam" de
coisas que se passam sobre a Terra? Em resumo: porque é que as
estrelas "falam" de nós?
A interpretação astrológica parte do princípio
de que "o que está em cima é como o que está
em baixo". Significa isto que existe uma relação simbólica
entre a posição relativa dos astros nos céus (o que
está em cima) e a vida humana (o que está em baixo). É
a relação entre o Todo e a Parte: o ser humano é,
em pequena escala, um reflexo dos céus.
Influência ou símbolo?
Importa realçar que este conceito nada tem a ver
com as supostas "influências" (gravitacionais ou outras)
que os corpos celestes possam ter sobre a vida no nosso planeta. Não
se trata de "raios misteriosos", tracções gravitacionais,
radiações ou quaisquer outras "influências"
que os planetas projectem sobre nós.
Em Astrologia, a relação entre o Todo e a Parte não
é física mas simbólica.
Quer isto dizer que a posição relativa dos astros nos céus
é, em si mesma, um símbolo: representa um momento específico,
com toda a sua dinâmica de probabilidades. A pessoa que nasceu naquele
momento, terá, portanto, uma relação directa com
o que ali está representado. Ela é, de certo modo, uma "encarnação"
daquele momento; é, por assim dizer, o momento em forma humana.
Ao longo da vida, a pessoa irá "desenrolar" as probabilidades
ali representadas e deparar-se com os obstáculos ali descritos.
Consciência e Liberdade
Existe ainda um terceiro - e importantíssimo - aspecto
nesta equação: a consciência.
Assim, num mapa natal, é o grau de consciência pessoal que
vai determinar até que ponto cada indivíduo está
condicionado.
Quanto maior for o grau de consciência de si mesmo e do Todo, maior
será a possibilidade de escolha pessoal, maior será o grau
de liberdade (o tão falado livre-arbítrio) e menor será
o condicionamento ditado pelo exterior (a velha questão da predestinação).
Compreender a relação entre o Todo, a Parte e a Consciência
é, portanto, o primeiro passo para quem quer estudar Astrologia.
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